4 de mar. de 2012

Pedro Maciel



O escritor mineiro virá lançar na FestiPoa, no dia 22 de abril, o seu Previsões de um cego (ed. Leya).

Sobre o romance, o escritor João Almino escreveu o seguinte: "Li como um sonâmbulo as "Previsões de um cego", inteligente monólogo de um louco sobre o tempo e em especial o esquecimento e a tentativa de livrar-se do passado. As repetições, como mantra, dão vida à sombra que pontua o relato. Acho corajosa a postura de um livro que se sustenta apenas com reflexões, sem enredo e quase com um único personagem (eventualmente na companhia de sua sombra e do doente ao lado). Afinal, a reflexão é o que há de insubstituível e específico no texto literário".
E José Castello, no blog A literatura na poltrona, comentou: "Lendo "Previsões de um cego", de Pedro Maciel (Leya), uma ficção que se desmancha em uma colcha atordoante de fragmentos, deparo com uma anotação que me faz pensar no destino descentrado dos escritores. Diz o narrador de Pedro, um prisioneiro que escreve, no leito de um hospital, o que parece ser um romance chamado "O livro dos esquecimentos": "O que é uma sombra? Uma sombra é um reflexo de uma infinidade de sombras. Não posso ver as minhas sombras, mas sei que sou eu tresandando fora de mim". Interessa-me aqui, antes de tudo, a idéia do movimento para fora de si. Escritores estão acostumados com esses transportes extremos. Acostumados, não, porque sempre lhes causa angústia: estão viciados. Vamos admitir logo que a literatura é um vício. Você sente uma dor, uma dor qualquer, algo que o amargue e aflija, e então se agarra às palavras. Da dor, você escreve. Na palavra, busca um esboço de salvação. A partir da dor, não necessariamente "sobre a dor", surgem as ficções".