21 de abr. de 2012

Cinco perguntas para Gabriel Pardal

O poeta baiano Gabriel Pardal lança hoje em Porto Alegre seu Carnavália, depois de participar da mesa "Poesia: humor: liberdade: linguagem" acompanhado dos poetas Diego Grando e Diego Petrarca na Casa de Teatro a partir das 17h (no final deste post, confira toda a programação de hoje). Conheça melhor Gabriel e seu trabalho através das nossas cinco perguntas:

1. Como é tua relação com Porto Alegre? Se não conhece a cidade, como são tuas expectativas?

Não conheço Porto Alegre. Minha relação com a cidade é, veja só, pela produção da sua literatura. Sobretudo pela existência do CardosOnline. Eu tinha uns 15 ou 16 anos quando assinei o zine e foi de grande motivação para a fertilização da minha vontade em ler e escrever. Estou muito feliz de finalmente conhecer a cidade e minha expectativa é poder comer o melhor churrasco feito no Brasil. Estejam avisados. Vamos ver.

2. Você vai participar da mesa “Poesia: humor: liberdade: linguagem”. Vamos adiantar uma pergunta: um velho mestre dizia que não é com a ira, mas com o riso que se mata. Você está interessado em matar alguém ou alguma coisa?

Mas que belíssimo o título dessa mesa, hein? Poesia: humor: liberdade: linguagem. Não precisa dizer mais nada. Poesia: humor: liberdade: linguagem. Olha como na verdade é um ciclo. O sentido nunca se fecha. Poesia: Humor: Liberdade: Linguagem: Poesia: Humor: Liberdade: Linguagem: Poesia: Humor: Liberdade: Linguagem: Poesia:...

3. Por que Carnavália?

A ideia do livro surgiu no último ano da faculdade. Me formei em Publicidade e na hora de escrever a monografia de conclusão percebi que eu só tinha opiniões desfavoráveis em relação ao universo da propaganda. Enquanto todos são instruídos a serem bons publicitários, criar comerciais e planos de marketing, exatamente o oposto estava acontecendo na minha cabeça. Esse livro é uma anti-monografia. É o exercício de elaborar reflexões poéticas à respeito da sociedade de consumo. Você quer que eu escreva tudo em cinco linhas, mas posso levar cinco anos para explicar tudo o que aconteceu. Ou talvez cinco palavras: ESPAÇO RESERVADO PARA OS ANUNCIANTES.

4. Como seu trabalho com a palavra escrita extravasa e ganha forma em outras mídias?

Para mim o mundo começa na palavra. O texto é a minha experiência favorita, justamente pelo que ela tem de precário e primário. É impressionante. Basta uma caneta e um papel. Duas ferramentas tão simples podem produzir a arte mais profunda do mundo. Em todos os trabalhos que desenvolvo, seja vídeo, música, artes visuais, a minha faísca é o trabalho com a palavra, a frase, o parágrafo, o ritmo, a potência da criação literária.  

5. Já que estamos falando sobre uma festa literária, qual é o escritor que te faz dançar?

Marcelino Freire é um excelente sanfoneiro. Manda muito bem na balada.

Serviço da FestiPoa hoje:
DIA 21/04 – sábado
Palavraria 
11h – A produção literária latino-americana contemporânea
CRISTIAN DE NAPOLI e KARINA LUCENA. Mediação: RUBÉN DANIEL
14h24 – Leitura A melhor maneira de dizer tudo em 6 minutos: LEILA TEIXEIRA
14h30 – Estudos para o corpo da linguagem
ISMAEL CANEPPELE e FABRICIO CORSALETTI. Mediação: GUTO LEITE.
Casa de Teatro
17h – Poesia: humor: liberdade: linguagem
DIEGO GRANDO e GABRIEL PARDAL. Mediação: DIEGO PETRARCA
Lançamentos: Carnavália (Gabriel Pardal), Sétima do singular (Diego Grando) e Correnteza e escombros (Olavo Amaral)
20h – Leituras: FABRÍCIO CORSALETTI, CRISTIAN DE NÁPOLI e ANGÉLICA FREITAS